15 setembro 2009

SABONETE

Um garoto pobre, com cerca de doze anos de idade,
vestido e calçado de forma humilde, entra na loja,
escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que embrulhe para presente.
- "É para minha mãe!" - diz com orgulho.
O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente.
Olhou com piedade para o seu freguês e, sentindo uma grande compaixão,
teve vontade de ajudá-lo. Pensou que poderia embrulhar,
junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo.
Entretanto, ficou indeciso: ora olhava para o garoto,
ora para os artigos que tinha em sua loja.Devia ou não fazer?
O coração dizia sim, a mente dizia não.
O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando
de sua capacidade de pagar. Colocou a mão no bolso,
retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão.
O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas,
de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental.
Em sua intimidade concluíra que, se o garoto pudesse,
ele compraria algo bem melhor para sua mãe.
Lembrou de sua própria mãe. Fora pobre e muitas vezes,
em sua infância e adolescência, também desejara presentear sua mãe.
Quando conseguiu emprego, ela já havia partido para o mundo espiritual.
O garoto, com aquele gesto, estava mexendo nas profundezas dos seus sentimentos.
Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso.
Alguma coisa parecia estar errada.
Por que o homem não embrulhava logo o sabonete?
Ele já escolhera, pedira para embrulhar e até tinha mostrado as moedas
para o pagamento. Por que a demora? Qual o problema?
Impaciente, ele perguntou:
- "Moço, está faltando alguma coisa?"- "Não!" - respondeu o proprietário da loja
- "é que de repente me lembrei de minha mãe. E
la morreu quando eu ainda era muito jovem.
Sempre quis dar um presente para ela, mas, desempregado,
nunca consegui comprar nada."
Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino:
"Nem um sabonete?"
O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da idéia
de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete
com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita
e despachou o freguês sem responder mais nada.
A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara
em dar algo pequeno e simples para sua mãe?
Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa,
tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra
e pensara em melhorar o presente adquirido.
Comovido, entendeu que naquele dia tinha recebido uma grande lição.
Junto com o sabonete do menino,
seguia algo muito mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes:
O GESTO DE AMOR!

Invista no amor. Ele é o mais poderoso meio
de tornar as pessoas felizes.
Em qualquer circunstância,
em qualquer data especial para determinadas comemorações,
o mais importante não é o que se dá, mas como se dá.